O Rei é educado para essa função e a função Real é um Ofício que deve desempenhar com sentido de Missão, uma vez que o Monarca assume-se como um funcionário da Nação e do Povo acautelando por cumprir qualquer das obrigações inerentes ao seu cargo, que encara como serviço. O Rei tem de reinar rectamente! Não há político, algum, que tenha entranhado, arreigado, esse espírito de missão como um Rei.
Tempos do comum não são os tempos de Reis, Reinar não é das 9 às 5, é um ofício permanente, 24 sobre 24 horas, 7 dias por semana, o mês inteiro, todos os meses do ano, a vida inteira… e mesmo para além dela, pelo legado!
Calcorreia cada palmo do Seu Reino, ouvindo todos os que dele fazem parte – sem excepções! De tudo se inteira, tudo tem de saber, sobre tudo tem opinião! Não há homem mais bem preparado que um Rei!
Também, numa Nação não há mais gentil-homem que um Rei; por isso aqueles que procuravam lugar viram nisso, oportunidade! Enganou-se o Povo e uns quantos reclamando a república, implantaram um regime sem opção.
O Rei de Portugal estava sentado num trono não físico, mas num Princípio – de oito séculos -, enquanto que, um político é apenas um homem alçado no poder. Assim, a Monarquia tombou, e em vez de um Rei continuar a servir o país, inventaram uma oligarquia que se servisse dele!
Não há um Rei para Todos e de Todos, iguais, mas uns que são mais iguais que outros, porque uns quantos invejosos, poucos, uma elite, pela sedição, o impôs!
Não queriam que o Rei descesse do trono, eles queriam, era, estar sentados no trono!
Ora, como hoje se celebra o ‘Dia Mundial do Livro’, decidimos acrescentar o nosso artigo e publicar um texto de um erudito e convicto Monárquico, o 2.º Conde de Alvellos, que entre muitas outras obras, escreveu o afamado ‘O Berço Exilado’ – do qual foi extraído o trecho e cujo livro recomendamos ler na íntegra -, que deve fazer parte da biblioteca de qualquer realista! O teor do texto aporta ao nosso arengo: o Ofício de Reinar não é simples!
Ser Rei Dói Muito!
«Dizem que o Infante D. Fernando (Esse que foi o pai do Afortunado Rei D. Manuel), menino ainda, vendo certa vez, entrar no Paço a El-Rei Seu Pai D. Duarte, muito abatido por cuidados, magoado de desgostos e triste presciente de agouros, lhe perguntara:
“Senhor Pai, ser Rei dole muito?”
Sim. Deve doer muitíssimo!
Carlos V Imperador do Mundo por Rei de Espanha e dos seus imensos domínios americanos, Imperador da Alemanha, Rei de todo o norte de Itália, Rei da Flandres, Rei da Áustria e do qual diziam que o sol nunca deixou de alumiar seus vassalos, – Carlos V, já viúvo da nossa linda Dona Isabel de Portugal, voluntariamente abdicou, recolhendo-se ao mosteiro de Cáceres, na Andaluzia Espanhola?
É que ser Rei, dói, Realmente, pela inveja dos pobres de espírito! …»
– 2.º Conde de Alvellos, in ‘O Berço Exilado’
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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