Aquando o segundo cerco de Chaúl em 1594, um soldado luso deparou-se durante a batalha com um elefante frente a frente, a besta estava armada com espadas na tromba e em cima de si trazia os costumados castelos. Este elefante, vendo defronte um soldado português, «arremmetteu contra elle com natural fúria, para que nam pudesse fugir. Porém, o soldado não sòmente nam fugiu, mas pondo a espingarda no rosto empregou o tiro em um dos mouros que vinham em cima, & lançando a mão à espada se chegou ao elephante & lhe deu huma tão espantosa cutilada por uma perna, que com grande força de dor voltou para os seus & por meio dêles fêz caminho para o forte. (...) Tiveram os mouros para cima de quinze mil mortos no final da peleja, segundo como fonte o próprio Faratecão, general de todo o campo (exército) inimigo & mais de mil captivos, sòmente estes dissera que um homem com humas armas brancas num cavalo branco, que não havia outro antre nós, lhe matava infinidades de seus, & uma mulher muy formosa, vestida de azul, os fazia ir afastando, donde se entende quão milagrosa & desacostumada foy esta victória, & quanto Nosso Senhor a tinha tomado à sua conta, pois quis mandar do céu, quem ajudasse os seus fiéis soldados», relata o cronista.
"Há mais de cem anos que os otomanos procuram apossar-se desta parte do mundo, mas não o conseguiram. Não fossem os portugueses, os turcos há muito não só se teriam apossado da Índia e da Etiópia, como teriam chegado à China."
— Cristoval de Jaque de los Rios de Mancaned
Ricardo da Silva
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