sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

D. Inês de Castro

 Estátua jacente do túmulo de Inês de Castro no Mosteiro de Alcobaça

A 7 de Janeiro de 1355, faz hoje 661 anos, D. Afonso IV, cede às pressões de seus conselheiros, e aproveitando a ausência de D. Pedro numa excursão de caça, assina a sentença de morte de D. Inês de Castro. Pero Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco dirigiram-se ao Mosteiro de Santa Clara em Coimbra, onde Inês se encontrava e a justiçaram, degolando-a.
Provavelmente a mais bela história de amor que já se escreveu em Português.

"D. Inês de Castro

Chegara a Portugal D. Constança
E com ela a formosa Inês de Castro
De olhos verdes em rosto de alabastro
Gentil colo de garça e loira trança.

É a esposa esquecida e sem tardança
D. Pedro segue, fascinado, esse astro
De amor fatal cujo sangrento rastro
Ficou na História em trágica lembrança.

E não sei qual foi mais desgraçada,
Se a zelosa esposa desdenhada
Se a desditosa e sedutora amante…

Mas Constança, acredito, preferia
Ter a morte de Inês – morte sombria
E ser amada ao menos um instante!"

Luís de Camões - Sonetos

Ficheiro:Ines de Castro.jpg
D. Inês de Castro - Eugénie Servières 


«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores;
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.

«Mísero esposo,
Desata o pranto,
Que o teu encanto
Já não é teu. 

«Sua alma pura
Nos Céus se encerra;
Triste da Terra,
Porque a perdeu.


«Contra a cruenta
Raiva ferina,
Face divina
Não lhe valeu.


«Tem roto o seio
Tesoiro oculto,
Bárbaro insulto
Se lhe atreveu. 


«De dor e espanto
No carro de oiro
O Númen loiro
Desfaleceu. 


«Aves sinistras
Aqui piaram
Lobos uivaram,
O chão tremeu.



«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores:
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.»

BOCAGE



Ficheiro:Ines de castro.jpg
Súplica de Inês de Castro - Columbano Bordalo Pinheiro


Ficheiro:Tableau Inés de Castro.jpg
Coroação póstuma de D. Inês de Castro -Pierre-Charles Comte 

Sem comentários:

Enviar um comentário