El-Rei Dom Pedro V de Portugal, personificação da virtude de dedicação ao bem da coisa comum, escreveu sobre o papel dos Reis:
‘devemos também lembrar-nos que existe para eles uma lei moral muito mais severa do que para os outros, porque quanto mais elevada é a posição tanto maior é a influência do exemplo.’
Nada mais verdadeiro, o Rei é o compasso moral e ético e a consciência da Nação: como uma bússola orienta o caminho e como um cinzel grava a virtude! São os próprios Reis, que conduziram a Monarquia aos princípios da transparência e os tempos difíceis que se vivem um pouco por todo o lado têm feito com que as Casas Reais da Europa, sempre escrutinadas no exercício da função pelo olhar da opinião pública, adoptem uma postura de contenção económica. Como sustentou André Rebouças, o célebre abolicionista Brasileiro:
‘É mais fácil democratizar um rei ou uma rainha do que um parlamento aristocrático, oligárquico e plutocrático.’
Comparada com as repúblicas e os seus chefes de Estado, a Realeza é relativamente modesta. O cerimonial é limitado ao básico e não há demonstrações extravagantes. A pompa tradicional é evidente apenas em ocasiões muito especiais, como visitas de chefes de Estado estrangeiro, casamentos reais e datas importantes para a Nação.
São necessários actos concretos como essa transparência, renúncia ao luxo e ao despesismo que os Monarcas têm adoptado, não basta como os políticos republicanos encher o peito de sobranceria e falar em ética republicana à boca cheia e na hora de comer fazê-lo como Reis, com faqueiros rococó e serviços de jantar comprados por preços astronómicos. Não podem exigir que o Povo suporte a canga fiscal e o esbulho das suas pensões e salários e depois abarbatarem-se com subvenções vitalícias injustificáveis!
‘Acho uma moral ruim
trazer o vulgo enganado:
mandarem fazer assim
e eles fazerem assado.’
– António Aleixo
É facto consumado que o actual regime caducou, pois, para além de quem dele beneficia e retira modo de vida, já ninguém se revê nele. ‘Pirliteiro dá pilritos, a mais não é obrigado!’ Não se esperem pois, do actual regímen, revelações. Além do mais ‘O Isto é da mesma Família do Aquilo’, lembrou num dos seus célebres Pensamentos o Imperador Marco Aurélio.
É necessário, Alguém com a força miraculosa de um princípio para chefiar a Nação, Esse só pode ser por propriedade do direito natural um Rei!
Não existem princípios absolutos, nem ontem nem hoje, nenhum presente pode prender a liberdade de escolha, porque a liberdade é, essa sim, absoluta e ilimitada.
Porque haveremos de ficar presos a uma realidade menor se podemos alcançar um bem maior?!
Um Rei não representa uma facção, uma porção da sociedade como um candidato eleito presidente pelos votos de uma minoria, porque a maioria abstêm-se, e depois há os que votam noutros candidatos e ainda os que votam em branco e nulo!
O Rei é a mais agregadora das Figuras, pois a função do Monarca é personificar o carácter nacional e aí cabem todos: o agregado de indivíduos constituído por vontade própria e não reunido de uma forma acidental, que num dado momento histórico constitui a Nação, a comunidade estável constituída, historicamente, com base num território, numa língua, e com aspirações materiais e espirituais comuns.
E depois, nenhum Rei esquece que a sua função Real é um Ofício que deve desempenhar com sentido de Missão. Só o Rei terá uma superior consciência dos problemas nacionais, pois a educação de um Príncipe herdeiro é orientada da forma que se entende ser a mais adequada ao melhor desempenho do seu futuro ofício de Rei, de forma a reinar da forma mais útil e favorável para o País. Reinar é uma especialização na defesa dos interesses da Nação que nunca podem ser alvo de desdém e indiferença. Reinar não é um ganha-pão!
Os Reis são outra loiça, o resto são… faqueiros!!!
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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