Um Rei a Ser tem sempre o exemplo dos Antepassados, desses Avoengos que construíram Portugal a golpes de heroicidade e o dilataram, mais além, impelindo as caravelas!
‘Estude Vossa Alteza a História desses seus Avós. Leia-a, releia-a, medite-a, estude-a, meta-a bem na cabeça e no coração. Na convivência deles aprenderá Vossa Alteza a ser como eles, forte, justo, simples e verdadeiro. E bem compenetrado do que eles fizeram, conhecendo-lhes a vida dia a dia, sentirá Vossa Alteza que deles vem, que é um deles. Assim sonhará com futuros de glória que se assemelhem a esse passado de grandeza, e sonhar assim é uma felicidade e uma força. Triste do homem que só cuida do presente, que só preza a intimidade dos vivos. Pobre daquele que precisa adormecer para sonhar com o futuro.’ – extracto do texto de Joaquim Mouzinho de Albuquerque in Carta ao Príncipe Real Dom Luís Filipe de Bragança.
Já diferentes, são estes dias republicanos, em que candidatos sem atributos e sem referências se tentam ultrapassar, tropeçando, na corrida à mais alta magistratura do Estado onde quem ganhar se alçará vaidoso no seu isolamento e gastará mais do que qualquer Rei! Assim, acontece quando não se reporta ao Povo, que é mantido à margem, e não se tem a força de um exemplo, até porque as pessoas válidas, há muito, recusam o estigma de se envolver na sordidez da política republicana.
Só um Rei permite uma evolução na chefia do Estado, fruto da substituição geracional, e o novo Rei, é desfecho de um longo trabalho de preparação técnica e cultural para assimilar e interiorizar a Sua Nação que encarnará e representará como ninguém. O novo Rei não enterra o passado, mas antes exuma os bons exemplos e aplica-os à nova realidade. Inventa-se a si próprio, para acompanhar sempre os tempos, mas procurando manter um percurso lógico sem desprezar a experiência e o exemplo dos antepassados. A Monarquia é o melhor modelo adaptado a cada época.
Como assinalou o historiador francês Jacques Bainville:
‘a Monarquia é o mais maleável dos regimes, o mais pronto a se renovar, aquele que tem menos medo das ideias e o que menos se encerra na rotina’.
Só em Monarquia existe uma remodelação autêntica na chefia do Estado, um novo sentimento que impulsiona a Nação: o novo Rei não corta com o passado, mas também, não se distancia da vanguarda. Só em Monarquia acontece, de facto, uma verdadeira renovação, sem deslocamento de perspectiva, e de qualidade.
E sim, porque assassinado na flor da juventude, o Príncipe Real Dom Luís Filipe de Bragança não chegou a ser Rei!
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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