sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Claro, os portugueses e os espanhóis não eram racistas

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Do primeiro Congresso Pan-Africano realizado em Bruxelas em Setembro de 1921, reunindo cinquenta e sete delegados provenientes de quinze países e territórios colonizados - com impedimento para os delegados negros norte-americanos, proibidos de saírem do seu país por confiscação dos respectivos passaportes - saiu uma Carta da Raça Negra, acrescentada por um estudo da situação da condição dos negros nas possessões britânicas, belgas, francesas, espanholas e portuguesas.

Se em relação a britânicos e belgas se lembravam os tremendos atropelos cometidos contra os negros, a respeito de Portugal e Espanha o documento precisava: 

"Nas suas leis, Portugal e Espanha jamais estabeleceram a diferença entre negros e brancos; Portugal tem para os seus indígenas um código humano e começou a dar-lhes instrução. Infelizmente, as concessões industriais na África Portuguesa estão quase todas nas mãos de grandes companhias estrangeiras que Portugal não pode controlar e que exploram a terra e os trabalhadores, ali estabelecendo na prática o trabalho servil". 

Não seria impertinente lembrar que, logo após o regresso de tais interesses económicos a mãos portuguesas, foi implementado um código de trabalho indígena que mitigou as duras condições praticadas pelas empresas majestáticas britânicas em territórios portugueses e que apenas uma década depois a todos os negros foi concedida a plena cidadania portuguesa e direitos laborais inscritos na lei portuguesa.
MCB

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